Livros Analisados
Livros Analisados
Trilogia de Nova York – Paul Auster
Livro brilhante, em que três histórias de detetive são narradas em um jogo de suspense e divagações sobre loucura, o ofício de escritor e realidade. A escrita é ágil e aparentemente simples, não há longos períodos, mas sim um texto enxuto, com vários diálogos. Um roteiro cinematográfico literário. Porém a intelectualidade do autor transparece naturalmente, inseridas nos contextos das estórias, que ao final, se perpassam.
Como Vencer um Debater Sem Ter Razão – Schopenhauer
Livro de caráter didático-filosófico, em que, partindo das obras sobre dialética e retórica dos gregos antigos, visa ser um manual de técnicas de argumentação para aplicar ou utilizar como defesa, em caso de má-fé do opositor. Nesta edição, o filósofo Olavo de Carvalho faz a introdução, análise da obra e comentários ao longo do texto. Os dois se caracterizam pela polêmica contra o debate vazio, utilizando inteligência, humor e mordacidade nos seus escritos. Achei o livro sensacional.
Laranja Mecânica – Anthony Burgess
Livro que me impressionou demais na adolescência, pela linguagem, violência bruta e mais tarde, quando reli, pela crítica à atuação do Estado por tentar controlar os impulsos mais pessoais dos indivíduos. O que mais me impressionou foi o final, quando Alex sente a necessidade de se enquadrar na sociedade, ter uma família, ser um burguês produtivo, não por alguma força repressora do Estado, mas sim pela violência não ser mais tão divertida, coisa de moleque.
Alex não era mais um psicopata, como pensávamos, era um elemento da sociedade como qualquer um de nós. O horror não era o outro, mas está em todos nós. Já o filme suprime o último capítulo, dando a entender que Alex voltou a praticar a violência e que aquele era seu ideal de vida. Dois finais quase antagônicos, sendo que o do livro é mais chocante.
Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
Livro que também me impressionou muito na adolescência, principalmente pela crítica à pequena burguesia suburbana do Rio de Janeiro, com a qual me identifiquei. Mas é um tapa na cara do ufanismo nacional promovido pelo Estado, do nacionalismo vazio, antecipando em muito o Ame-o ou Deixe-o.